Diálogos sobre a amizade e a missão
Por: David Bahena
[Secretário CIEE- MÉXICO)
Queridos amigos, estarei iniciando uma série de reflexões sobre a amizade e a missão. Há algo que nos atrai, nos envolve neste tema da amizade e sobre toda esta etapa da vida. Os amigos são um presente, difícil imaginar a vida sem eles.
Te convido para enriquecer este espaço com seus comentários e assuntos relacionados ao tema.
O paradigma da amizade na missão
A palavra amigo em grego tem a mesma raiz do verbo amor, fileo significa te amo,e filos amigo. E nesse sentido, quando falamos de amizade, falamos de amar. Vários filósofos trataram de definir o homem. Alguns dizem: “ o homem é o que pensa”, “o homem é o que faz”. Santo Agostinho propõe uma frase melhor com base no texto bíblico: “ O homem é o que ama”. Somos o que amamos.
O adorar a Deus requer que antes passemos pela etapa do conhecer. Não se pode adorar o que não se conhece. A “vida eterna é esta: que te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”, assim comenta Jesus em João 17.
Citando novamente a Santo Agostinho, que disse: “Conhecemos na medida que amamos”.
Como vimos anteriormente o tema do amor e amizade andam de mãos dadas. O melhor espaço para conhecer/amar a alguém “fora do casamento”, já que essas são palavras maiores, é a amizade. Este é o lugar onde você conhece/ama as pessoas. Passando tempo juntos, compartilhando a vida.
Agora, a amizade é uma categoria bíblica. A amizade não é invenção de uma geração pós-moderna. Jesus mesmo disse: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” E também disse: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. Nesses versículos Jesus não só reconhece a importância da amizade, como a define como transparência e entrega.
É neste contexto que eu queria falar sobre a missão universitária a partir do paradigma missionológico da amizade. Mas corremos o risco de pensar na amizade que temos vivido, creio que aqui também Deus quer resgatar nosso conceito de amizade e dar um novo conteúdo a partir da Verdadeira Amizade. Se não corrermos o risco de fazer a falsa dicotomia que o personagem do livro de Milan Kundera, em “A identidade”, comenta: “entre a amizade e a verdade eu prefiro a amizade”.
Foto: © Marquicio Pagola
Tradução e adaptação: Riziely Herrera [Secretária ABU-Anápolis]
Arquivo original: Blog CIEE (Comunidade Internacional dos Estudantes Evangélicos na América Latina) http://www.cieeal.org/blog/