por @felippydamian, conteúdo retirado do Blog Graphephilia: amor à escrita
Cristo jamais iludiu seus discípulos, foi claro ao dizer que alcançariam inimigos, contrariariam familiares, em suma teriam que carregar uma cruz, é o preço. O preço de muitos foram mortes violentas. É a morte e a vida o paradoxo mais relevante da vida cristã, mas não o único, pois paradoxos são necessários para explicar a loucura do amor de Cristo. É curioso pensar que o nome da banda psicodélica Led Zeppelin (balão de chumbo) poderia batizar qualquer banda com princípios cristãos.
O grande obstáculo encontrado para a dissipação do amor de Deus na nossa sociedade, é a pseudo-liberdade vivida nas igrejas, prega-se liberdade e vive-se escravidão. As pessoas não vêem liberdade nos cristãos, pois eles se escravizaram na sua própria vaidade, andando na contramão da contramão, andam na mão, acorrentados em suas crendices e crentices.
O paradoxo existe, Paulo na carta a Filemon se declarou prisioneiro de Jesus, logo vamos perceber que os paradoxos citados são na verdade o mesmo mistério, e que não somos de fatos livres enquanto fomos mortos, resumimos dizendo que a psicodelia do evangelho é justamente que o preso de Cristo é livre, e quem morre por ele vive.
A questão gira em torno da liberdade e da metanoia que ela exige do livre, a metanoia não está apenas em se posicionar contra a sociedade e suas mazelas, contra o modo humano de administrar a vida proveniente de Deus, mas é também se posicionar contrariamente a vaidade, que é base de todos os princípios regentes da sociedade, dentre eles injustiça social que é produto do capitalismo.
Politicamente a igreja tem se colocado na direita, e até na extrema direita, levantando bem alto uma bandeira proibicionista, que evidencia a institucionalização do reino de Deus, colocando um véu entre a igreja e o resto da sociedade, logo os pseudo-livres se tornaram capitães do mato tentando escravizar os que nunca tiveram liberdade. Deus não é o Freddie Krueger. Entretanto o mais lamentável crime da crentice não é se auto enjaular, ou enjaular quem nunca teve liberdade, mas enjaular Deus num templo, a criatura encarcerando o criador, assim como o mercado fez com a sociedade.
É melancólico ver a noiva definhar em mentiras que contou diante do espelho. Dogmas, regrinhas, tudo em nome dos bons costumes e da tradição, adaptando o cristianismo primitivo aos desejos primitivos do homem. Crentices que viram crendices, fazendo do Criador apenas um amigo imaginário.
Mas ouve uma revolução, uma revolução que perdurará pela eternidade, a revolução do amor, Jesus apresenta a graça como maior que a Lei e todo o tipo de lei, a liberdade gritada com sangue inocente, liberdade de fato, para libertar da vaidade, das crentices inclusive. Viver sobre esses moldes que nós mesmos nos impomos é negar que existiu tal revolução. Aderir a revolução do amor é amar, e viver assim a historia de amor que Deus sonhou, que Cristo propôs, é ser livre e pregar a liberdade vivida em forma de amor.